Os fármacos utilizados para intubar e manter um paciente em ventilação mecânica são essenciais, e devem ser mantidos ao longo de todo o tratamento. A ausência de tais medicamentos representa um risco sem precedentes para a manutenção da vida desses pacientes.
Na primeira onda de casos que assolou a Europa no início de 2020, hospitais de países como Itália, França e Espanha se depararam com a falta de medicamentos e insumos, devido ao número gigantesco de pessoas que necessitaram de internação hospitalar.
Nos EUA, o sistema de saúde da cidade de Nova York esteve à beira do colapso com a falta de leitos e fármacos utilizados no processo de intubação de pacientes.
AUMENTO DE PACIENTES INTERNADOS
Após a tomada de medidas drásticas como o fechamento de estabelecimentos e ordens de isolamento social, a diminuição dos casos fez com que alguns países do bloco europeu relaxassem as medidas restritivas, provocando a explosão de uma nova onda de pessoas infectadas, em outubro do ano passado.
No Brasil não foi diferente. Nos últimos 24 meses, o estoque de kits de intubação vem diminuindo por conta do alto volume de pacientes internados em estado grave. A indústria nacional, por sua vez, não conseguiu produzir quantidades suficientes de medicamentos e insumos para atender a demanda expressiva no país.

IMPORTAR MEDICAMENTOS É A SOLUÇÃO
Gestores da área da saúde apostam na importação como saída para a crise de abastecimento. Consultado sobre o tema, Emanuel Catori, executivo da Belcher Farmacêutica, uma das principais importadoras de medicamentos do país, citou como exemplo a crise de abastecimento de seringas, que ocorreu no ano passado.
Catori explica que, diante do temor da escassez, a empresa era uma das únicas com condição de fornecer insumos hospitalares. “Desde aquela época até os dias atuais, nós estamos nos desdobrando para manter os estoques e garantir o fornecimento de medicamentos e insumos para a rede hospitalar. ”
Perante a situação delicada, “a empresa precisou criar soluções para facilitar a aquisição dos produtos por parte dos clientes”, complementa o executivo.
A corrida global pelos medicamentos hospitalares continuará até que a pandemia esteja sob controle. Até lá, gestores de estoque e abastecimento em todo o país precisarão se antecipar aos eventos, para que uma nova crise de abastecimento não ocorra.
Fonte: Folha de Londrina.